Sábado, 4 de Fevereiro de 2006
CONSIDERADO O MAIS FAMOSO E INFLUENTE JORNALISTA AMERICANO,
NAS DÉCADAS DE 20 E 30; EDITAVA O JORNAL BALTIMORE SUN, E OS SEUS
ARTIGOS CAUSAVAM ADMIRAÇÃO E POLÊMICA;
Algumas reflexões retiradas do "LIVRO DOS INSULTOS":
Quanto mais envelheço, mais desconfio da velha, máxima de que a idade traz a sabedoria.
Pode ser um pecado pensar mal dos outros, mas raramente será um engano.
SOBRE LITERATURA
A Literatura Dolorosa
A nova poesia
O problema da maioria dos novos poetas [americanos],
é que eles são muito cerebrais - ou seja, atacam os problemas de uma arte com os métodos da ciência. Esse erro perpassa por todos os debates sobre o assunto em que se metem. Tais debates estão cheios de teorias e frases feitas que não funcionam nem são verdadeiras.
(...) a poesia não pode ser maquinada por processos puramente intelectuais. Ela não tem nada a ver com o intelecto. O seu propósito não é o de estabelecer fatos, mas o de evitá-los ou negá-los. O que ela tenta fazer é tornar a vida mais suportável num mundo intolerável.
(1926)
Quarta-feira, 2 de Novembro de 2005
Romancista e ensaísta, nascida em 1920, é apresentada como a "mulher do século", por entre outras causas femininistas a luta que encetou de libertação da mulher. Foi uma das primeiras signatárias da petição a favor da legalização do aborto dizendo"j'ai avorté".
http://www.edition-grasset.fr/chapitres/ch_groult.htm(...)Les difficiles années d'après-guerre n'encourageaient pas non plus à remettre en question les fondations de la famille et les relations entre les sexes. Il est difficile de s'indigner d'une situation qui se produit et se reproduit depuis tant de siècles comme la chose la plus naturelle du monde.
J'avais eu vingt ans pendant la guerre, j'étais professeur de latin et je n'avais toujours pas le droit de vote. Mais tout le monde semblait trouver cela normal. Il y avait d'autres priorités, n'est-ce pas ? Et puis j'étais une de ces « jeunes filles rangées » comme on en fabriquait des milliers à l'époque, modelées par les écoles chrétiennes, si aptes à juguler tout mauvais esprit chez les filles et à étouffer toute ambition déplacée. Je soupçonnais bien qu'un carcan de traditions et de préjugés m'emprisonnait et que je portais des menottes jusque dans ma tête. Mais je cherchais en vain avec qui et comment exprimer ma révolte.
Jusqu'au jour où éclata la vague de fond de 68, portée par une aspiration violente à la liberté et au rejet de tous les pouvoirs qu'incarnait le système patriarcal. Pourtant il faudra attendre le reflux de la vague gauchiste en 70 et la déception des lendemains d'utopie, surtout pour les femmes, traditionnelles flouées de ce genre d'aventure, pour que toute une génération de filles nées après guerre comprennent que le salut ne viendrait que d'elles-mêmes et prennent conscience de la nécessité d'une lutte spécifique.
(...)
C'est la même année que sera votée, grâce au courage et à l'obstination de Simone Veil et malgré des débats souvent ignominieux, la loi sur l'interruption volontaire de grossesse. C'est en 74 également que la loi Neuwirth sur la contraception, votée depuis 67, sortira enfin de la clandestinité.
Le magazine Elle dans un numéro spécial sur les conquêtes du deuxième sexe, énumérait les responsables de ce « raz de marée féministe », citant en vrac Christiane Rochefort, Marguerite Duras, Françoise d'Eaubonne, Évelyne Sullerot, Benoîte et Flora Groult, Monique Wittig, Simone de Beauvoir, Louise Weiss, Arlette Laguiller, Gisèle Halimi, Delphine Seyrig, Liliana Cavanni, Yannick Bellon et quelques autres. Le statut dont jouissaient ces auteures, avocates, réalisatrices de films ou philosophes, contribua à faire mieux accepter le féminisme. Provisoirement...
Au point que 1975 sera déclaré par l'ONU l'Année de la Femme.
Le jour de la Fête des Mères on s'abstient de dire du mal des mères... Pendant cette Année de la Femme, on allait mettre une sourdine à la misogynie. En France, chez tous les éditeurs se créent des collections Femme. Chacun veut la sienne. Elles témoignent de la diversité des recherches féministes et mettent au jour une parole rarement entendue. Des livres importants paraissent, sont lus, ont même du succès alors que les ouvrages féministes restaient jusque-là confidentiels : ceux d'Hélène Cixous, d'Annie Leclerc, de Kate Millett ; de Colette Audry qui publie La Femme mystifiée , de Betty Friedan, traduit par Yvette Roudy. Les Éditions Des Femmes, sous l'impulsion d'Antoinette Fouque, éditent Ti-Grace Atkinson, Julia Kristeva, Alice Schwarzer, Ulrike Meinhof, qui n'auraient pas trouvé asile chez des éditeurs « normaux ». Tout à coup, il devient normal d'être une femme, d'écrire femme comme Chantal Chawaf, de parler de spéculum comme Luce Irigaray, de femmes battues comme Erin Pizzey, de sang menstruel comme Marie Cardinal, de ménopause, de vagin, ces mots dégoûtants, interdits de littérature, réservés au gynécée.
C'est porté par cette vague que paraît Ainsi soit-elle en 1975. Les livres féministes ne sont plus une marchandise suspecte réservée à des maniaques. Ils ont acquis une légitimité médiatique... même si les hommes continuent à ne pas les lire. Témoignages bruts ou réflexions absconses, ils sont sérieux ou fous, magnifiques ou illisibles parfois, mais toujours émouvants parce qu'ils témoignent d'une parole si longtemps bâillonnée.
Encouragés par ces livres qui parlent enfin d'elles en direct, sans passer par le regard magistral, les mouvements féministes sensibilisent le public à des réalités longtemps occultées : à l'inceste, sujet tabou, aux femmes battues qui constituaient encore en 70 un objet de plaisanterie, dans la tradition des fabliaux du Moyen Age, aux violences de toutes sortes qu'elles subissent. Ils dénoncent ce qu'on commence à appeler le machisme et organisent des conférences mondiales qui révèlent l'universalité de l'oppression.
Segunda-feira, 17 de Outubro de 2005
Realizou-se nos dias 14 e 15 de Outubro, na Universidade da Beira Interior, o II Encontro de Weblogs. Não tive conhecimento do primeiro encontro realizado em Braga, mas felizmente não deixei passar este segundo. Quando soube da realização deste encontro senti uma grande necessidade de saber o que se vai fazendo com estes diários por este país fora. Senti necessidade de conhecer gente como eu que descobriram esta ferramenta e a estão a usar com tal entusiasmo capaz de contagiar milhares e milhares de outros bloggers.
A ansiedade inicial foi rapidamente substituída pelo entusiasmo contagiante de todos os participantes e em breve senti-me em casa e parte de uma comunidade que chega aos outros pela escrita.
Para além das comunicações dos convidados, todas elas muito ilucidativas, a exposição das reflexões dos diferentes grupos de trabalho foi de uma riqueza inquestionável. Parabéns à organização do encontro por ter conseguido que os vários domínios da sociedade estivessem representados e reflectissem sobre o uso que fazem desta ferramenta.
Depois de um ano a usar o Blogue como e-portefólio e e-caderno nas aulas de Português ainda me pergunto que mais posso eu fazer com esta ferramenta. As suas potencialidades são tantas que só a nossa imaginação é o limite. Há já várias experiências do uso do blogue no ensino e com resultados bastante bons. Relativamente ao uso que dele faço transcrevo a opinião dos meus alunos:
"Eu acho que tanto o forum como o blogue são dois instrumentos muito úteis na aula de português. Com eles todos nós temos acesso aos trabalhos de toda a gente, sabemos as suas opiniões e partilhamos as nossas maneiras de ver o quotidiano, o universo escolar, os problemas que assolam a humanidade...
Bom, acho que são programas que contribuem de uma forma positiva para o nosso desenvolvimento escolar." Cátia
"Com o blogue conseguimos publicar os nossos trabalhos e orgulharmo-nos deles, também da mesma forma vemos os trabalhos dos nossos colegas" Elodie
Quando eles gostam o que havemos nós de fazer senão fazer mais e melhor!!
Inovar é o meu lema, motivar e "aprender a aprender" é a minha bússola.
www.portuguesonline2.no.sapo.pt
www.francesrecorrente.no.sapo.pt
www.nospersonnages.com.sapo.pt
Terça-feira, 6 de Setembro de 2005
A Hora Íntima
Quem pagará o enterro e as flores
Se eu me morrer de amores?
Quem, dentre amigos, tão amigo
Para estar no caixão comigo?
Quem, em meio ao funeral
Dirá de mim: Nunca fez mal...
Quem, bêbado, chorará em voz alta
De não me ter trazido nada?
Quem virá despetalar pétalas
No meu túmulo de poeta?
Quem jogará timidamente
Na terra um grão de semente?
Quem elevará o olhar covarde
Até a estrela da tarde?
Quem me dirá palavras mágicas
Capazes de empalidecer o mármore?
Quem, oculta em véus escuros
Se crucificará nos muros?
Quem, macerada de desgosto
Sorrirá: Rei morto, rei posto...
Quantas, debruçadas sobre o báratro
Sentirão as dores do parto?
Qual a que, branca de receio
Tocará o botão do seio?
Quem, louca, se jogará de bruços
A soluçar tantos soluços
Que há de despertar receios?
Quantos, os maxilares contraídos
O sangue a pulsar nas cicatrizes
Dirão: Foi um doido amigo...
Quem, criança, olhando a terra
Ao ver movimentar-se um verme
Observará um ar de critério?
Quem, em circunstância oficial
Há de propor meu pedestal?
Quais os que, vindos da montanha
Terão circunspecção tamanha
Que eu hei de rir branco de cal?
Qual a que, o rosto sulcado de vento
Lançara um punhado de sal
Na minha cova de cimento?
Quem cantará canções de amigo
No dia do meu funeral?
Qual a que não estará presente
Por motivo circunstancial?
Quem cravará no seio duro
Uma lâmina enferrujada?
Quem, em seu verbo inconsútil
Há de orar: Deus o tenha em sua guarda.
Qual o amigo que a sós consigo
Pensará: Não há de ser nada...
Quem será a estranha figura
A um tronco de árvore encostada
Com um olhar frio e um ar de dúvida?
Quem se abraçará comigo
Que terá de ser arrancada?
Quem vai pagar o enterro e as flores
Se eu me morrer de amores?
Rio, 1950
Texto extraído do livro "Vinicius de Moraes - Poesia Completa e Prosa", Editora Nova Aguilar - Rio, 1998, pág. 455.
Quarta-feira, 29 de Junho de 2005
Sempre tive inveja de Ronaldinho.
Não só dele, com seus dentinhos separados e seus 100 milhões de dólares,
beijado por multidões,
invejo também Daniella Cicarelli pelo mistério feminino, por sua luz de ninfa
que eu, homem, nunca entenderei.
O problema da Cicarelli é a perfeição.
Ela é uma construção impecável,
dos olhos aos pés.
Tenho vontade de dizer-lhe:
Seja feia, Daniela...É tua salvação!...
Deve ser difícil viver com tanta beleza. Onde ela chega, é vista como um objeto
de arte, todos querendo percorrê-la
como uma paisagem.
Outras têm diferentes feitiços:
Bündchen é galga, objetiva, global;
outras são gostosas, com bundas e bocas. Daniella tinha a aura aristocrática,
algo de Audrey Hepburn,
de My Fair Lady, sorriso inocente,
doçura e saúde.
Quem sou eu, além de minha beleza? devia se perguntar.
Fiquei desiludido com o fim do casamento. Tive uma decepção romântica.
Esperava que fossem felizes para sempre. Imaginei mesmo cenas eróticas
entre os dois, a deusa e o centauro, o cavalgante atleta sobre égua de nácar, como cantou Lorca.
Mas devo confessar que, desde o início, esse romance me incomodava.
Alguma coisa soava falsa em tanto amor
e em tantas certezas rápidas.
Achei que, de repente,
o Ronaldinho resolveu se apaixonar, como quem decide comprar um carro de luxo, ou um avião.
Escolheu Daniella, na ponta do dedo,
ela cinco estrelas dos milionários.
Ele, que já tinha papado as mais belas mulheres do País, todas brancas, claro,
quis transformá-la numa nova Cinderela. Só que talvez a Cinderela fosse ele, casando com a Princesa,
ele um ex-pobre e mulato claro.
Esse romance sempre me pareceu uma bandeira viva do Brasil de hoje:
narcísico e romântico, liberal e racista, democrático na mídia,
mas excludente na vida real.
Ronaldinho quis penetrar num clube fechado, no Country Club do amor,
num Helvetia existencial.
Mas ele não joga pólo, mas futebol. Ronaldinho é um fenômeno,
mas é de origem pobre,
que subiu na vida.
Como um Lula.
E Daniella era branca e dela demais,
frágil, dama do círculo dos rapazes finos de São Paulo, o clube dos sedutores milionários que freqüentam em revezamento as meninas modelos.
Daniella podia entrar, apesar da origem pobre, pois era suficientemente Patrícia. Ronaldinho era amigo de alguns deles,
pela fama internacional, pelo poder do esporte, mas sempre foi um agregado de honra.
Teria sido possível o mesmo caso de amor com Ronaldinho Gaúcho, ou com o Grafite? Houve um sutil racismo, um conflito de classes quase invisível, como um ruído na sintonia, um pecado nos mandamentos da elite virtual.
Elite virtual: esse reino de famosos dançando a valsa das vaidades da mídia.
No início, eu achava que Ronaldinho amava muito Daniella,
mas não acreditei no amor
de Daniella por ele.
Depois, parei de acreditar
no amor dos dois.
Sempre percebi uma ponta
de depressão e dúvida nos sorrisos escancarados, uma pequena sombra de receio em seus olhos lindos, como se estivesse sob as ordens da imprensa,
mais além de sua liberdade.
E, nele, eu vi um desejo excessivo,
voraz, na conquista da branca mais cobiçada.
Não quero saber quem largou quem,
se ela era interesseira ou não.
Falo de um contexto pseudoliberal
que não suportou o caso fora de padrão
do mercado romântico.
O caso dos dois me pareceu irreal,
diante desse amor de mercado que temos hoje, em que o sentimento é apenas uma fachada para a fama ou a grana.
Aí veio o casamento no castelo de Chatilly. A festa tinha a finalidade de ir além do Helvetia, queria ser uma reconstituição
da pureza de Daniella,
com ecos de Diane e Charles,
careta e ostensiva, promovida
por um ex-pobre deslumbrado.
A festa já nasceu contraditória:
Kitsch e de bom gosto, queria ser de arromba, mas fechada para a mídia.
Um amor acompanhado a cada beijo, a cada sorriso nas revistas e, na hora H, ninguém poderia assistir
ao fim do filme de amor?
Como impedir a entrada da Caras, como impedir a Hola?
A imprensa madrinha deles não foi convidada, como a mãe de Daniella, manicure.
A vingança da mídia se fez visível
como um monstro no ar.
A festa já condenava
o casamento ao fracasso.
Por ser invisível, não existiria na mídia,
a não ser como rancor:
como esse mulatinho branco
e essa perua agressiva ousaram esse nível de exclusividade?
E a festa era tão pretensiosa que os ricos finos começaram a sabotá-la.
Penetras se organizaram em pegadinhas e muitos penetraram não indo.
E, não por acaso, no escândalo da noite, o pivô foi um dos filhos do Helvetia, levando uma clone de Daniella, vestida de branco como noiva clandestina. Como era possível para Daniella manter o sorriso de princesa no meio de tanta megalomania?
E Daniella explodiu.
Ela precisava se desvencilhar
daquela falsa doçura,
como um retorno do reprimido.
Quando a festa acabou,
o dano estava feito.
Garnero lamentou elegantemente a ingratidão de Ronaldo,
Caroline cresceu na mídia,
Daniella ficou queimada como picareta
ou como víbora e Ronaldinho acabou
como o otário ex-pobre
que quis bancar o super-rich.
Depois, chegou o terrível cotidiano
e os dois se encontraram sem identidade. Quem somos nós?
Que fazemos aqui,
se não nos conhecemos?
Se viram sozinhos, um diante do outro. Foram enganados por si mesmos. Infelizmente, não lhes veio o filho,
que poderia ser um messias de mercado naquilo tudo. E tudo acabou.
Na balada, os amores frívolos ainda são suportáveis, mas, no café da manhã,
no quarto, o mulato ex-pobre e a sílfide Patrícia começaram hurler de se trouver ensemble
(sempre que posso uso essa expressão uivam ao se verem juntos).
Como unir o orgulho da beleza e do fenômeno com o tête-à-tête humilde dos casais de classe média.
Domingo, 19 de Junho de 2005
2 l de vinagre
1,5 kg de açúcar amarelo
3kg de cerejas
6 cravinhos
1 louro
2 paus de canela
8 grãos de pimenta
Numa panela pôr o açúcar e o vinagre, o cravinho, o louro, o pau de canela, a pimenta deixar ferver. Meter as cerejas e deixar ferver 15 minutos. Retirar as cerejas e metê-las nos frascos. A calda deve ferver até atingir ponto de xarope (algo melaço). Encher os francos com este xarope, distribuir a canela, a pimenta, os cravinhos e o louro pelos francos, deixar arrefecer e tapar.
Serve para acompanhar carne assada, caça, etc.
Uma pequena delícia...
Domingo, 29 de Maio de 2005
O amor é uma actividade, não um afecto passivo; é um acto de firmeza, não de fraqueza...é propriamente dar, e não receber.
(Erich Fromm)
Não confundir o amor com a paixão dos primeiros momentos, que pode desaparecer. O verdadeiro carinho cresce na medida em que os dois estão mais unidos, porque partilham mais. Mas para partilhar é preciso dar. Dar é a chave do amor. Amor significa sempre entrega, dar-se ao outro. Só pelo sacrifício se conserva o amor mútuo, porque é preciso aprender a passar por alto os defeitos, a perdoar uma e outra vez, a não devolver mal por mal, a não dar importância a uma frase desagradável, etc. Por isso o amor também significa exceder-se, fazer mais do que é devido.
(J. L. Lorda)
Devemos desconfiar do amor que nasce antes de criar raízes: o fogo incipiente apaga-se com pouca água.
(Ovídio)
A grande escola é o amor: as exigências do amor levam a grandes heroísmos. Quando a amor é verdadeiro, o sacrifício não dói; o amor faz estimar como bem próprio aquilo que é um dever.
(J. L. Lorda)
Se uma pessoa diz a outra que a ama, a própria linguagem supõe a expressão "para sempre". Não tem sentido dizer: - Amo-te, mas provavelmente só durará uns meses, ou uns anos, desde que continues a ser simpática e agradável, ou eu não encontre outra melhor, ou não fiques feia com a idade. Um "amo-te" que implica "só por algum tempo" não é um amor verdadeiro. É antes um "gosto de ti, agradas-me , sinto-me bem contigo, mas de modo algum estou disposto a entregar-me inteiramente, nem a entregar-te a minha vida".
(M. Santamaría Garai)
Conservar algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te.
(Autor desconhecido)
É sempre preciso amor para compreenderes o que difere de ti.
(Gide)
A entrega do corpo é a expressão dessa entrega total da pessoa. Porque o meu corpo sou eu, não é uma coisa externa, um agasalho ou uma máquina que eu uso, mas sou eu próprio. Precisamente por isso, o amor conjugal
autêntico inclui, por si, o "até que a morte nos separe". O matrimónio é entregar-se para sempre; entregar o corpo sem se entregar para sempre seria prostituição, a utilização da própria intimidade como objecto de troca: dar o corpo em troca de algo (ainda que esse algo seja o enamoramento), sem ter entregado a vida.
(M. Santamaría Garai)
Apenas vos falta um ser, e tudo está despovoado...
(Lamartine)
Apenas em torno de uma mulher que ama se pode formar uma família.
(Friedrich Schlegel)
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, sou como um bronze que soa, ou como um címbalo que tine. E ainda que eu tivesse o dom da profecia e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e tivesse toda a fé, até ao ponto de transportar montanhas, se não tivesse amor, não seria nada. E, ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse amor, nada me aproveitaria.
(Carta de S. Paulo aos Coríntios)
É fácil amar os que estão longe. Mas nem sempre é fácil amar os que vivem ao nosso lado.
(Madre Teresa de Calcutá)
Pagai o mal com o bem, porque o amor é vitorioso no ataque e invulnerável na defesa
(Lao-Tsé)
O amor ensina-nos todas as virtudes.
(Plutarco)
Quando se quer bem a uma pessoa a presença dela conforta. Só a presença, não é necessário mais nada.
(Graciliano Ramos)
Se semeias o amor em ti, só amor serão os frutos.
(Sto.Agostinho)
O amor é paciente, é bondoso; a amor não é invejoso, não é arrogante, não se ensoberbece, não é ambicioso, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda ressentimento pelo mal sofrido, não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
(Carta de S. Paulo aos Coríntios)
Quarta-feira, 4 de Maio de 2005
“ Nasci em sombra amena; fui botão;
Desabrochei ouvindo rouxinóis...
Pela Manhã, rosa me vi...depois
Colhida fui por delicada mão.
À noite, em vasto e lúcido salão,
Flori nuns seios lindos, que eram dois
Pombinhos a arrulhar, e eram dois sóis
De neve, mas que ardiam de paixão.
Penhor d’amor jurado e bem sentido.
Dum moço agora sou, que, embevecido,
Me oscúla, enquanto o seu olhar se estrela.
E que ao cheirar-me, do prazer no cume,
Encontra, perfumando o meu perfume,
O que neste ficou dos seios dela!”
Eugénio de Andrade
Chamas duma Candeia Velha
No seu último sono aqui descansa
Cornélia Eutíquia. Os astros no alto céu
Invejam todos o destino seu;
Fiou, foi esposa e mãe; foi linda e mansa.
As jóias, os cosméticos e a dança
Nunca a tentaram; nunca apareceu
No pórtico elegante de Pompeu...
Era, sendo matrona, uma criança.
Por isso, o viúvo dela, ao sepultá-la,
No cipo que lhe marca a sepultura,
Sob terna inscrição d’altos louvores,
Mandou lavrar, querendo retratá-la,
Este baixo-relevo que figura
Uma dócil ovelha a comer flores.
Segunda-feira, 25 de Abril de 2005
Audrey Hepburn
Algumas mulheres têm garantido um lugar na memória dos homens para muito além da eternidade e assim era Audrey, seus olhos pintados lhe davam um ar de charme suave, porém muito marcante...seu olhar era a sua marca registrada, não precisava de expressões corporais elaboradas, bastava olhar em seus olhos e você veria refletido tudo que ela queria que a platéia soubesse que sentia.
Belga de nascimento de acordo com a geografia e segundo as estrelas taurina, teve uma parada cardíaca com apenas três dias de vida, os médicos desistiram de reanimá-la, mas sua mãe a tomou em seus braços e fez seu coração voltar a bater...não, não pense que isso é filme pois faz parte de verdade de sua biografia...a vida é dramática nós que não percebemos...ainda bem.
Uma noite num baile perfumado ela bailava com graça pelo interior do salão com seu vestido verde de seda colado ao corpo esguio e eu sonhei tanto que ela era seria a Princesa e eu o seu Plebeu...minha querida dama que estava perdida em algum lugar do passado,hoje nesse instante efêmero do presente estou lembrando tanto de você.
Você é minha bonequinha de luxo, minha Sabrina da cinturinha fina e elegante vestido negro...em seus últimos anos de vida apesar da riqueza e da fortuna cuidou das crianças famintas...a sua humanidade Audrey, revelou que sua beleza era rigorosamente a mesma tanto por fora como por dentro.
Sophia Loren
Volúpia nos seios e sensualidade nos olhos sãos as primeiras coisas que me passam pela cabeça quando penso em você, eterna amante de Marcello Mastroianni, uma mulher exuberante pela presença e pela forma que usa seu corpo.
Princesa do mar dos desejos, sereia do deserto dos homens deslumbrados, rainha dos queixos caídos e dona da impetuosidade própria das mulheres arrebatadoras que aniquilam os corações desavisados, ela diz em suas próprias palavras: Sempre deixei que se apaixonassem por mim, mas a recíproca nunca foi verdadeira.
Eu te vi caminhando por um campo de girassóis com um sorriso estampado em sua deslumbrante boca carnuda, tentação morena que enfeitiça os homens sob o signo de Vênus, mulher que muitos queriam para ser a mãe de seus filhos num matrimônio à italiana, és como um daqueles chocolates que quando éramos guris só de olhar já tínhamos água na boca .
Andre Luis Aquino
http://andre.aquino12.blog.uol.com.br/